Em Portugal passamos, em média, 1.863,17 horas por ano a trabalhar e 2.555 horas a dormir. Hoje, focamo-nos no trabalho. Podemos dizer que o trabalho não é “tudo” nas nossas vidas (e não deve ser), mas é graças a ele que conseguimos o nosso sustento e nos tornamos numa parte ativa da sociedade.
Quando nascemos, passamos alguns anos a brincar e a conhecer o mundo através dos nossos sentidos. Mas, assim que atingimos a idade escolar, começamos a preparar-nos para encontrar uma forma de ganhar o nosso sustento. Muitas pessoas decidem estudar seguindo um currículo comum, que providencia um conjunto de métodos e a ajuda de professor(es) que nos dotam de conhecimentos e habilidades técnicas necessárias para um determinado trabalho. Por outro lado, há pessoas que obtêm as habilidades necessárias aprendendo através da experiência, usando também know-how e técnicas predefinidas.
O que é que estas pessoas têm em comum? Até certo ponto, todas elas estão a aprender para realizar um determinado trabalho da melhor forma possível. Os conhecimentos e competências adquiridos preparam-nos para trabalhar com qualidade e eficiência. Mas nós não somos todos iguais. Cada pessoa é “única” e possui um conjunto de “outras” habilidades que têm um papel decisivo na forma como trabalhamos e na qualidade do nosso trabalho.
A isto chamamos soft skills ou, na sua tradução literal, “habilidades suaves”. Tratam-se de competências não técnicas que podem ter um grande impacto na forma como trabalhamos. Existem pessoas que nascem com este tipo de habilidades, e conseguem pô-las em prática de maneira natural, sem grandes esforços. Essas pessoas têm uma grande vantagem no local de trabalho, pois estas habilidades podem realmente fazer a diferença. Alguém pode ter excelentes competências técnicas específicas para um tipo de trabalho, mas se não comunicar bem, não gerir bem o tempo ou não conseguir trabalhar em equipa, não será tão bem sucedida no local de trabalho.
Podemos dividir alguns as soft skills em 4 grupos: i) social / comunicação, ii) personalidade, iii) tipos de pensamento e iv) gestão do trabalho.
- Social / comunicação. Aqui inclui-se a capacidade de interagir com outras pessoas (capacidades interpessoais), a capacidade de transmitir ou partilhar ideias de forma eficaz (habilidades de comunicação), a capacidade de prestar atenção e de interpretar (saber ouvir), e a capacidade de colaborar com os outros para um objetivo comum ( trabalhar em equipa).
- Traços de personalidade. Aqui referimo-nos às caraterísticas que podem acrescentar valor ao trabalho, como a auto-motivação e a capacidade de motivar os outros, o optimismo e a capacidade de aprender rapidamente novas skills como resposta a mudanças (capacidade de adaptação).
- Tipos de pensamento. Estão diretamente relacionados com a forma como resolvemos problemas, incluindo a capacidade de gerar novas ideias através da imaginação (pensamento criativo), a capacidade de analisar e avaliar objetivamente uma questão para formar um julgamento através da lógica (pensamento crítico) e a capacidade de usar a lógica e a imaginação para resolver problemas por meio de uma abordagem indireta e criativa, através de um raciocínio que não é imediatamente óbvio (pensar fora da caixa).
- Gestão do trabalho. Nesta categoria incluímos a capacidade de foco e organização (capacidades organizacionais), bem como a capacidade de planeamento do trabalho, priorização, delegação e acompanhamento (capacidades de gestão do tempo), a capacidade de gerir o stress e manter a calma, controlar as emoções e prestar atenção aos sentimentos dos outros (capacidades de resolução de conflitos) e por último, a capacidade de aplicar valores e princípios que contribuam para um ambiente de trabalho positivo (ética no trabalho).
É difícil encontrar uma pessoa que possua todas estas habilidades de forma natural ou inata - essa pessoa seria um super humano soft! Normalmente, as pessoas têm tendência para ser melhores numas skills do que noutras. As restantes, podem ser trabalhadas. Existem formações e cursos que ajudam a compreender o que são as soft skills e como as desenvolver considerando as nossas próprias qualidades ou tipo de personalidade. Depois, depende de nós praticar, praticar e praticar até que essas habilidades surjam naturalmente ou, pelo menos, se tornem mais fáceis de usar.
Na LOBA, as soft skills são consideradas uma grande valia e uma oportunidade para o crescimento da empresa a diferentes níveis. Estas são ativos valiosos para a empresa, pois tratam-se de competências transferíveis - são utilizadas independentemente da função. Assim, na LOBA, as soft skills são valorizadas nos novos candidatos e estimadas, promovidas e elogiadas no nosso ambiente de trabalho.
Nos últimos anos (2019 e 2020), as equipas da LOBA tiveram a oportunidade de participar em formações em soft skills com temas como:
- Estratégias e tecnologias para trabalhar remotamente com eficácia
- Liderança Situacional
- Inteligência emocional em liderança de equipas
- Eu e o(s) outro(s): assertividade e comunicação eficaz
- Decifrar Pessoas/Clientes
- Inteligência emocional, programação neurolinguística e coaching
Durante os confinamentos provocados pela Covid-19, intensificámos as nossas sessões semanais de caráter informativo e motivacional, de forma a inspirar atitudes e comportamentos para superarmos esta fase separados nas nossas casas, mas sempre unidos.
Para além disso, durante a nossa convenção anual, o LOBA Summit, reconhecemos, sob a forma de prémios, colaboradores específicos que se tenham destacado por darem corpo aos valores da empresa: Atitude, Positividade, Confiança e Inovação.
Dependendo do período no tempo, das circunstâncias e do tipo de empresa, existem competências pessoais que podem ser mais relevantes do que outras. Em tempos de trabalho remoto, as soft skills assumem particular importância, pois ajudam-nos a manter a eficiência do trabalho em equipa, liderança e resolução de problemas, otimismo e resiliência.
Por isso, será que estas competências são assim tão “soft”?
