– É um jogo? – pergunta enquanto se perde a observar o computador. Entre formas e cores, letras e fotografias, tenta perceber o que estou a fazer; – Já sei! – exclama pronto para adivinhar mais uma vez – É design?
– Estou só a brincar com umas ideias, – respondo sem o querer confundir sobre o que é design – queres experimentar também?
Para uma criança de 7 anos, estar à frente do computador a brincar com formas, cores e letras não é muito diferente do que faz quando desenha nos seus cadernos com canetas, lápis e tudo o mais que o ajude a passar histórias para o papel. Sem receios, junta os seus materiais e cria imagem atrás de imagem, voltando atrás para alterar elementos, acertar detalhes, refazer e acrescentar personagens, fazendo a sua história crescer, página atrás de página, até chegar a um fim que lhe agrade numa brincadeira que não tem fim.
"É design? – perguntou. É criar uma história que se desenrola com um propósito. É desígnio. É uma intenção para uma meta bem definida, para cumprir uma necessidade ou vontade, criar uma experiência para quem lê a história final.
Como designer vejo frequentemente o resultado do processo avaliado em métricas milimétricas que podem, por vezes, fazer-nos esquecer a importância de, na devida fase do projecto, criar sem receios, experimentar com todos os materiais e brincar com formas, cores e letras. Numa relação mais próxima com o processo criativo tem de haver entrega por parte de quem cria e envolvimento com para quem se cria. É importante haver espaço para deixar o projecto crescer antes de chegar à última página da sua história.
Na LOBA as histórias crescem com essa entrega, com propósito e diálogo, com espaço para lápis, canetas e métricas num final feliz.