Projetos Europeus

De Itália para Portugal: A minha experiência de trabalho em Projetos Europeus na LOBA

Ao ler o título, imagino que duas questões surjam na vossa mente: O que é um "Projeto Europeu"? E porque decidiu este italiano trabalhar para uma empresa portuguesa? Bem, vamos por partes. 


Em poucas palavras, um Projeto Europeu é uma parceria a curto prazo entre diferentes organizações da UE (com fins lucrativos, sem fins lucrativos, organizações de investigação, autoridades públicas) estabelecida para cumprir um (ou mais) objetivos principais, e vários objetivos secundários estratégicos e operacionais. 
Estes objetivos dependem da convocatória/anúncio de propostas no  qual estamos a participar e que, por sua vez, depende dos pilares do programa de financiamento ao qual nos estamos a candidatar. 


Assim, se apresentarmos uma proposta melhor que a da concorrência nessa convocatória, podemos ser financiados pela União Europeia (tenham em conta que estes fundos provêm dos contribuintes - portanto, da UE - e não da Comissão Europeia). Para isso, ajuda ser muito competente na redação de propostas e estar inserido num consórcio de entidades forte. Isto soa bastante abstrato, eu sei. Talvez demasiado. Portanto, vamos perceber com um exemplo como trabalhamos na equipa de Projetos Europeus na LOBA. 

A LOBA trabalhou (e ganhou!) uma proposta em resposta ao tópico da UE BB-05-2017- Produtos de base biológica: Plano de ação de mobilização e aprendizagem mútua - e foi-lhe atribuído o Acordo de subvenção n.º 774331, que conduziu ao estabelecimento do projeto BIOVOICES.

O objetivo do projeto é envolver atores relevantes - indústria, autoridades públicas e sociedade civil - numa série de atividades relacionadas com a bioeconomia.


Durante os 3 anos de vida do projeto BIOVOICES, organizámos mais de 70 workshops com parceiros em toda a Europa, criámos uma galeria Online, a BIOArt (uma coleção de fotografias artísticas que representam matérias-primas comuns a partir das quais se podem fazer produtos biológicos), criámos a plataforma BIOVOICES, estabelecemos a Rede Europeia de Bioeconomia e, como cereja no topo do bolo, criámos um livro de abas para crianças chamado "O que é a bioeconomia"? (se for professor ou colaborar com centros educativos, pode solicitar à LOBA um exemplar do livro gratuitamente!)


A LOBA esteve por detrás da promoção de todas as atividades online e offline do projeto, materiais promocionais de comunicação, design, entre outros. Sim, foi muito trabalho, mas valeu a pena! Podem ver um vídeo que resume todos os resultados do projeto ou a identidade da marca no nosso portefólio.

Assim, um Projeto Europeu junta pessoas de toda a Europa em torno de um objetivo comum. E a LOBA faz parte disso. 

Agora que já sabem o que é um Projeto Europeu, e quão impactante pode ser, vamos perceber porque é que eu, um italiano, embarquei nesta missão e decidi trabalhar para uma empresa portuguesa.  


Tudo começou em 2016, quando eu estava a trabalhar para o Programa de Cooperação Interreg V-A Itália-Eslovénia. Nessa altura, eu estava "do outro lado da secretária": em vez de trabalhar como redator de propostas, trabalhei para um programa de financiamento. Tive de lidar com alguma (na verdade, muita) burocracia para fazer as coisas funcionarem para as autoridades de gestão italianas e eslovenas. Como devem imaginar, não é fácil. Se já tenho dificuldade em fazer com que as coisas funcionem em minha casa, imaginem quando se trata de diferentes interesses e pontos de vista nacionais. Além disso, havia barreiras linguísticas e outros aspetos menos apelativos com os quais tinha que lidar. Por outras palavras: papelada, papelada, e mais papelada.


Precisava de ar fresco, nova motivação, e uma experiência diferente. Um dia, entre vídeos de gatos, piadas Epic Fail (para os mais  jovens, as piadas Epic Fail eram o avô dos memes), e atualizações futebolísticas (eu era jovem, tinha tempo para isso) deparei-me com o anúncio de um pedido da organização Erasmus+ para a realização de um estágio num país da UE no âmbito da escrita de propostas para programas de financiamento da UE.

A escolha de Portugal foi bastante fácil para mim, pois o país preenchia todos os critérios que me interessavam: boa comida (check), bom café (check), bom tempo (check), bom vinho (check), não ser a França (check), uma língua fácil e simples (fail...) Bem, afinal não podia ser tudo perfeito!


O meu estágio na LOBA durou seis meses, durante os quais eu pratiquei e aprendi imenso sobre escrita de propostas. Na altura, a equipa de Projetos Europeus era ainda mais pequena (eramos 3, e agora somos 7!) e o responsável pelo departamento, o Alexandre Almeida, propôs-me continuar na equipa, em trabalho remoto a partir de Itália, depois do fim do estágio. Posso assim dizer que sou um pioneiro do trabalho remoto, pois já o faço muito antes da pandemia de Covid-19 assolar o mundo. E tudo isso foi possível graças à LOBA, que me acolheu como um membro da sua equipa, mesmo a milhares de quilómetros de distância.

Então, conseguem imaginar trabalhar de forma remota durante 5 anos e nunca se sentirem sozinhos? Eu, felizmente, consigo!
 

    • 2024 LOBA
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